segunda-feira, 3 de abril de 2017

Principais Doenças em Bezerros Lactantes

Pneumonia
Enfermidade: A Pneumonia é caracterizada pela inflamação dos bronquíolos, manifestando-se por um aumento na frequência respiratória, tosse e sons respiratórios anormais na auscultação (AGROLINE, 2015).
Causa: As pneumonias podem ser divididas em infecciosas primárias e pneumonias por metástases. As pneumonias primárias podem ser causadas por vírus ou bactérias dos gêneros Pastetirelia e Klebisielia. Já as pneumonias por metástases ocorrem quando os bezerros apresentam uma ou mais lesões primárias em determinado local do organismo, como diarreia, onfaloflebite e outros (AGROLINE, 2015).
Prevenção: Fornecer uma alimentação adequada, higiene, evitar estabulação comum com grande número de animais, evitar instalações mal ventiladas e úmidas. Sendo que os animais doentes devem ser isolados dos demais para evitar transmissão (AGROLINE, 2015).
Tratamento: Normalmente o produtor utiliza o que há disponível na propriedade, porém não é recomendável utilizar produtos à base de Tetraciclina e Dexametasona, pois causam inibição do desenvolvimento das células metafásicas, prejudicando o crescimento do animal.

Colibacilose
Enfermidade: Podendo ocorrer na primeira semana de vida, a doença provoca complicada inflamação dos tecidos intestinais, juntamente com diarreia, e na forma mais grave, toxinas e bactérias atacam a corrente circulatória, aumentando a taxa de mortalidade.
Causa: Bactéria Escherichia coli 
Prevenção: Isolamento de doentes, para evitar a contaminação de bezerros sadios; ingestão de colostro para que o sistema imunológico seja ativado antes que as bactérias cheguem no intestino; vacinação das vacas. 
Tratamento: Melhoria nas condições sanitárias do rebanho; vacinação; tratamento com soro feito com glucose de milho. 

Salmonelose 
Enfermidade: Em geral, essa diarreia está associada à pneumonia, seja pela quebra da resistência orgânica ou pela disseminação da bactéria pelo organismo do animal, atingindo os pulmões. É uma enfermidade caracterizada por febre, desidratação e fraqueza, infecção generalizada em bezerros recém-nascidos, depressão profunda, diarreia aquosa com tonalidade marrom e presença de fragmentos de mucosa, fibrina, estrias de sangue; produção de enterotoxina que causa o aumento das secreções de sódio, cloro e água para o espaço interno do intestino. O desenvolvimento das lesões entéricas compreende duas fases, a colonização e invasão das bactérias no intestino e a excreção de líquidos e eletrólitos. Dentro do rebanho, os principais agentes transmissores da doença são os próprios bovinos. O portador da salmonelose pode ser caracterizado pela ausência ou não de evidências clínicas. De modo geral, podem ser classificados como: ativo - caracterizado por animais clinicamente doentes; passivo - são animais que se curam, mas continuam transmitindo a doença pelas fezes por até 10 semanas; e latente - que apresentam a bactéria no organismo, porém sem sintomas e sem contaminar o ambiente. As principais formas de disseminação da salmonelose são por via oral e fecal (OLIVEIRA; 2006).
Causa: Segundo Barros (2001) a salmonelose é um tipo de diarreia causada pela bactéria Salmonella, também conhecida como “paratifo dos Bezerros“; é mais frequente em animais abaixo de doze semanas de idade (CHARLES,1992).
Prevenção: manejo adequado dos animais, evitando a superlotação em confinamentos, estresse e contaminações, deixar os bezerros doentes em quarentena isolado do rebanho (CHARLES,1992).
Tratamento: fornecer colostro aos bezerros até 8 horas após o parto, para a transmissão dos anticorpos da mãe ao filhote (CHARLES,1992).

Onfaloflebite 
Enfermidade: É a inflamação do cordão umbilical. O principal sintoma caracteriza-se por um aumento de volume no umbigo. Pode provocar hepatite, devido à ligação que existe entre o sistema e o umbigo do recém-nascido. Por metástase pode causar pneumonia e favorecer o aparecimento de miíase - bicheira (AGROLINE, 2015).
Causas: Contaminação com o ambiente quando o bezerro nasce.
Prevenção: Assistência ao parto, como por exemplo, não deixar que ocorra em local sujo e inapropriado, primando sempre pela assepsia e higienização do local, para que o umbigo não se contamine (AGROLINE, 2015).
Tratamento: Deve ser realizado limpeza do local infectado com solução antisséptica, com produtos como Terracam e Aerocid. Deve ser aplicado também antibiótico, como o Terracam Plus Injetável (AGROLINE, 2015). 

Tristeza Bovina
Enfermidade: A tristeza bovina engloba duas enfermidades causadas por agentes diferentes, porém com sinais clínicos e epidemiologia semelhantes: babesiose e anaplasmose(AGROLINE, 2015).
Esses parasitas vivem e se reproduzem dentro das células vermelhas do sangue (hemácias) e destroem as mesmas a cada ciclo de multiplicação, causando anemia intensa nos animais afetados (SALVADOR, 2013).Os sinais clínicos na anaplasmose e na babesiose por Babesia bigemina são apatia, anorexia, emagrecimento, pelos arrepiados, coração acelerado, respiração acelerada (batedeira), ausência de ruminação, quebra de leite (se for vaca), anemia (mucosa branca do olho, da boca, da vulva, mais frequente na babesiose), icterícia (amarelado, mais frequente na anaplasmose). A infecção por Babesia bovis pode causar também um quadro conhecido como babesiose cerebral ou nervosa, devido ao entupimento dos capilares cerebrais (SALVADOR, 2013).
Causa: A babesiose bovina é causada pelos protozoários Babesia bovis e Babesia bigemina e a anaplasmose pela rickéttsia Anaplasma marginale.  Os agentes da TPB são transmitidos principalmente pelo carrapato do bovino (Ripicephalus microplus). O Anaplasma marginale pode, ainda, ser transmitido mecanicamente por insetos hematófagos, como mutucas, moscas e mosquitos, ou por instrumentos (faca, agulha) durante a castração ou vacinação (SALVADOR, 2013).
Prevenção: A quimioprofilaxia é uma forma de prevenir a doença, sendo uma prática na qual se utiliza um medicamento habitualmente empregado para o tratamento da tristeza parasitária. O medicamento que for eleito deve ter sua atividade conhecida e específica contra o agente que se deseja controlar (Anaplasma, Babesia ou ambos). O objetivo desta prática é evitar o surgimento de níveis elevados de parasitemia, mantendo o agente em níveis subclínicos (SALVADOR, 2013). Outra forma de prevenção é a não exposição do animal à áreas infestadas pelo carrapato.

Tratamento: É realizado com drogas de efeito babesicida (derivados de diamidina), anaplasmicida (tetraciclinas), ou de ação dupla (associação de diamidina com tetraciclina ou imidocarb) (SALVADOR, 2013).Segundo Farias (1995) citado por Salvador (2013) o sucesso do tratamento dependerá da realização de um diagnóstico precoce, eliminar o agente, dar condições ao fígado de reação e manter o animal sob condições favoráveis, com mínimo de movimentação, sombra, água e alimentos de boa qualidade à disposição. Segundo Agroline (2015) a utilização do Izoot B12, um hemoparasiticida, pode-se fazer um tratamento preventivo e curativo da babesiose, anaplasmose e das infecções mistas.


Referências

BARROS, C. S. L.. Salmonelose. In: Franklin Riet-Correa; Ana Lucia Schild; Maria del Carmen Méndez; Ricardo Antonio Amaral de Lemos. (Org.). Doenças de ruminantes e eqüinos. 2ed.São Paulo: Varela, 2001, v. 1, p. 335-345.
CHARLES, T. P. (Org.) ; FURLONG, J. (Org.) . Diarreia dos bezerros (Publicação não seriada).. 1. ed. JUIZ DE FORA: EMBRAPA GADO DE LEITE, 1992. v. 1. 107p .
CONHEÇA as principais doenças dos bezerros e quais precauções tomar. 2015. Disponível em: <http://blog.agroline.com.br/conheca-principais-doencas-dos-bezerros-agroline/>. Acesso em: 03 abr. 2017.
EQUIPE BEEFPOINT. Diarréias bacterianas e virais em bezerros. 2008. Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/sanidade/diarreias-bacterianas-e-virais-em-bezerros-43779/>. Acesso em: 03 abr. 2017.
OLIVEIRA FILHO, J. P. de. Diarréia em bezerros da raça Nelore criados extensivamente: estudo clínico e etiológico. 2006. 109 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2006. Disponível em: < http://repositorio.unesp.br/handle/11449/89262 >.

SALVADOR, Sandro César. Tristeza Parasitária Bovina (TPB). 2013. Disponível em: <http://www.vallee.com.br/novidades/tristeza-parasitaria-bovina-tpb>. Acesso em: 03 abr. 2017.



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